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CASA DO OLEIRO BARRO NEGRO
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DE LAGAR DE AZEITE A MUSEU RURAL
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O QUE TEMOS FEITO O QUE FAREMOS

Actividades

Promoção e Preservação da Tradição Local

Com o objectivo de promover e preservar as tradições locais, o Museu Rural do Marão desde a sua abertura, tem sido palco de várias actividades de cariz cultural proporcionando aos seus visitantes o contacto directo com o património local.

O programa de actividades do Museu passa por: exposições ao público relacionadas com o meio agrícola, como a desfolhada, vindima, fabrico de azeite, cestaria, agricultura, padaria, tecelagem, olaria, com ênfase para a promoção dos produtos locais, não descurando a comercialização.

Casa do Oleiro

A origem da olaria em Gondar É ainda hoje alvo de várias questões. No entanto, com alguns elementos disponíveis, cremos que a sua introdução terá resultado da migração de artificies da área de S. Martinho de Mouros, onde esta actividade está documentada desde pelo menos o séc. XIV, mostrando um centro com grande vitalismo e vivacidade.

Os primeiros registos escritos que certificam a presença de oleiros em Gondar datam da década de 60 do séc. XVII e dirigem-se a personagens vindas do concelho de S. Martinho de Mouros.

Nos finais do séc. XVII e inícios do séc. XVIII existem várias referências sobre oleiros naturais das freguesias de S. Pedro de Paus e S. Martinho de Mouros, que se casam e instalam nos lugares de Vila Seca e Rio. No entanto, não sabemos ao certo os motivos pelos quais, estes habitantes escolheram Gondar para se fixar. Contudo, poderemos afirmar que a escolha da zona sudoeste da freguesia de Gondar não terá sido em vão. Para além do peso da romaria de S. Gonçalo de Amarante terá exercido sobre as gentes do Douro Sul, o relacionamento comercial de vários pontos das Beiras com Amarante, mormente pelo nó viário constituído por Gondar ao implantar-se no eixo de ligação do Sul do Douro com a região do Porto e de Guimarães. A frequente presença de mercadores da Serra da Estrela nesta zona, pôde certamente ilustrar algum movimento.

Barro Negro

Freguesia marcadamente rural, Gondar tem, por esse facto, um artesanato rico e variado, ligado fundamentalmente às actividades agrícolas.

A olaria do barro negro representa, porém, o que de mais emblemático há no artesanato da freguesia de Gondar. A origem da arte perde-se no tempo, mas sabe-se que trabalhar o barro já foi uma actividade que ocupou muitos braços na freguesia.

Em meados do século XX a olaria rústica de Gondar ainda tinha 18 rodas a trabalhar. Mais tarde, em meados dos anos oitenta quase se extinguiu. Entretanto, um aturado trabalho de recuperação e incentivo desenvolvido localmente fez renascer a arte de trabalhar o barro negro, voltando a surgir as 12 peças tradicionalmente concebidas: panela, púcaro, assador, fundidor de oiro, caçoila, cinzeiro, vinagreira, chocolateira… ou a pingadeira, o pote e a bilha de água.

Nesta freguesia, no lugar de Vila Seca, existe a Casa do Oleiro, com oficina e uma pequena secção museológica.

Agricultura

Em Gondar, a maior parte da população dedicava-se à prática da agricultura, uma vez que a terra propiciava à realização desta actividade.

Era uma agricultura de subsistência, onde os produtos que se cultivavam apenas serviam para consumo próprio, à excepção do vinho que quando em abundância era vendido a particulares ou então à cooperativa.

As famílias eram geralmente muito numerosas, o que facilitava o amanho da terra. Os pais contavam com o auxílio dos filhos, especialmente dos mais velhos, e não necessitavam de recorrer aos serviços de terceiros.

A criação de gado é pouco frequente. As pessoas têm em regra, os animais que necessitavam para o trabalho da terra e do campo, ou para fazer estrume ou ainda para deles tirarem outros proveitos. Além destes, criam-se galinhas, porcos, coelhos e ovelhas, animais estes, que se destinam quase sempre ao consumo da casa, salvo raras excepções.

A alimentação é precária e baseada somente nos produtos que a terra oferece. Cultivava-se de uma maneira geral, a batata, o feijão, o milho e o vinho, havendo outras culturas secundárias a que as pessoas chamavam “curiosidades”, sendo estas: as cebolas, as ervilhas, as favas, os tomates, os pepinos, as cenouras e os pimentos. Os recursos das pessoas são geralmente muito baixos, o que vem a reflectir-se em muitos aspectos, nomeadamente na alimentação e no vestuário.

Carpintaria

A oficina de carpintaria é o local onde trabalha o carpinteiro, executando os mais diversos trabalhos em madeira, desde móveis, ferramentas, artigos para construção civil, construção naval, entre outros.

O trabalho numa carpintaria envolve frequentemente a utilização de esforço físico e trabalhos ao ar livre.

O profissional desta área deve ter: noções de geometria e um vasto conhecimento de como lidar com madeira no seu estado natural (madeira maciça), o que o diferencia da marcenaria. A especialidade abrange o feitio de: telhados, escadas, soalhos, forros, portas, móveis, (esquadrias de madeira), entre outros.

Cestaria

Não há dúvida que o homem sempre soube usar o seu talento e habilidade para as diversas necessidades que surgiam. Daí, que soubesse aproveitar o que a natureza lhe oferecia.

Para tal, uma vez que nos encontramos numa zona de bastante castanho, mimosa e lodo, não admira que este tenha aproveitado as matérias-primas para construir manualmente os recipientes necessários para a recolha e transporte de cereais ou outros produtos agrícolas. A cestaria consiste precisamente nisso, o aproveitamento de determinadas espécies de madeira, utilizados para colher, abrigar, guardar e transportar os produtos da terra, nomeadamente, cestos, cestas, condessas, açafates e canastros.

Esta forma de artesanato, bem como muitas outras, estão em vias de desaparecer. Em Gondar, apenas dois ou três cesteiros ainda exercem profissão, não se dedicando a tempo inteiro a esta arte.

Ferreiro

A técnica de trabalhar o ferro mantém-se segundo genuínos processos tradicionais recolhidos ao longo dos séculos.

O ferro posto ao rubro na forja é, depois, malhado na bigorna com os martelos e torcido com as tenazes. Assim, moldavam-se autênticas obras-primas como gradeamentos para varandas, portais, cata-ventos, entre outros. Contudo, o ferreiro não se limita, apenas, à consertagem, ao mero aguço dos picos, ao amolar das peças de corte, produzindo ferramentas não só para a lavoura mas, também, para montantes, pedreiros e mineiros. É por este motivo que o ferreiro trabalha para feiras e mercados há séculos. Igualmente, em ferro forjado se faziam dobradiças para mobiliário, batentes de portas e as ferragens para as arcas. Porém, convém salientar que mesmo com o desaparecimento de muitos produtos que deixaram de ser essenciais (ferraduras, potes, trempas, etc.), a introdução do ferro forjado, como elemento decorativo na construção civil, deu novo alento a muitos artesãos e mesmo ao aparecimento de novas oficinas especializadas.

Infelizmente, hoje já não é tão vulgar encontrarem-se forjas ou ouvir-se o malhar no ferro.

Engenho de Azeite

O Museu Rural do Marão, situado em Gondar está instalado no antigo Engenho de Azeite existente na Casa do Encontro, Vila Seca.

Foi fundado nos anos 30 do séc. XX pelo Doutor Álvaro Pereira de Vasconcelos, com o propósito de vir a servir as quintas pertencentes à família Teixeira de Pascoaes, a saber: Quinta do Encontro; Quinta da Cancela; Quinta do Penedo do Corno; Quinta de Mateus; Quinta das Ribeiras; Quinta da Ovelhinha e Quinta do Souto.

Este engenho é o testemunho fiel do fabrico do azeite sem recurso a máquinas, mantendo toda a tradicionalidade, em que a força motriz era a força animal, no entanto, a partir da década de 60, foi transformado para eléctrico. Trata-se de um lagar de tipo comunitário, que trabalhava à maquia, o que significa que, qualquer pessoa que tivesse azeitona poderia trazê-la a este lagar e transformá-la (deixando em compensação uma parcela do azeite produzido ao dono do lagar).

Neste lagar podemos identificar três espaços distintos: local onde o animal com a sua força fazia o engenho andar; local onde a azeitona era depositada e o local onde a massa da azeitona era prensada. Na época carnavalesca, o primeiro andar do Engenho era palco de grandes comédias, teatros e entremez (pequenas representações).

Medicina Popular

Antigamente, as pessoas de Gondar tratavam-se de uma forma muito peculiar quando se encontravam com qualquer espécie de doença.

Raras vezes iam ao médico e muito menos ingeriam qualquer medicamento ou antibiótico. Recorriam quase sempre, à bruxaria ou às mais variadas qualidades de plantas para fazerem remédios caseiros ou chás.

A utilização destes métodos mostram a preocupação do povo de Gondar em utilizar métodos naturais no tratamento das suas doenças e enfermidades. Outro método muito usado era o de talhar as doenças.

Pão de Ovelhinha

Foi no lugar de Ovelhinha, nesta freguesia que surgiu a primeira padaria a fabricar o “famoso” Pão de Ovelhinha e a dá-lo a conhecer às regiões nas proximidades de Amarante.

Apesar de não possuirmos qualquer tipo de documento que possa comprovar o que acabámos de afirmar, a memória das pessoas mais idosas e os inúmeros moinhos existentes na freguesia servirão de testemunho histórico.

Inicialmente, as azenhas que se encontram nas margens dos dois rios que atravessam Gondar – o Ovelha e o Carneiro – serviam para a moagem de cereais para consumo das famílias suas proprietárias mas depressa se alargaram ao uso comunitário e começaram a servir a população. Actualmente nenhum deles está activo e apresentam alguns sinais de abandono mas ainda se aguentam firmes como se se tratassem de soldados que nunca abandonam o seu posto.

A moagem de cereais está intimamente ligada à panificação. Actualmente, a freguesia de Gondar tem uma fábrica – Moagem de Gondar – que abastece as padarias da freguesia e que aos poucos foi substituindo os velhos moinhos acompanhando, por força do tempo, os avanços tecnológicos da nossa era.

Apesar de a primeira padaria ter tido a sua origem na Ovelhinha, como já foi referido, actualmente a panificação transferiu-se para outro lugar da freguesia – Chedas – que tão bem soube aproveitar a herança da sua irmã mais velha – a Ovelhinha – e que agora leva os quatro cantos aos quatro cantos de Portugal.

Tecelagem

A tecelagem, sendo uma actividade predominante nesta freguesia realizada na sua maioria por mulheres, ainda tem um peso muito importante para a economia local.

Aqui ainda se fazem as mantas de Coroa de Rei, cobertores, tapetes, tecidos nos teares pelas mãos das tecedeiras, do mais natural linho.

Para preparar o tear é necessário seguir os seguintes passos:

  • 1- Urdir a teia
  • 2- Retirar da teia já urdida e pronta para ser colocada no tear
  • 3- Colocar a teia no tear através do restilho
  • 4- Colocação da teia no tear
    •      Uma pessoa “guia” a teia
    •      Duas pessoas puxam a teia
    •      Uma última pessoa puxa o “rabo” da teia
  • 5- Empeirar a teia nos liços
  • 6- A teia pronta a tecer
  • 7- Puxar as canas para entrar no tear
  • 8- Início do trabalho no tear

Informações de Contacto

Localização
Museu Rural do Marão
Rua do Rio nº 503
4600-642 Gondar AMT

Contactos
Tel./ Fax: +351 255 44 10 55
E-mail: info@museururaldomarao.com

Organismo responsável
Junta de Freguesia de Gondar

Horário de Funcionamento
Terça a Sexta das 14h00 às 17h30m
Sábado e Domingo das 14h30m às 17h30m
Encerra às Segundas-feiras, Dias Santos e Feriados

Formulário de Contacto

Galeria de Fotografias

Historial

Este imóvel, outrora utilizado somente como lagar de azeite alberga desde este dia um espaço que visa a promoção e divulgação da região.

No dia 21 de Fevereiro de 2009 foi inaugurado o Museu Rural do Marão, contando com a presença do Sr. Presidente da Câmara de Amarante, Dr. Armindo Abreu e do Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Gondar, Prof. António Bastos Teixeira.

Com um carácter etnográfico significativo, este Museu apresenta-nos um vasto leque de espólio, quer rural, quer artístico, quer popular; nele podemos apreciar saberes populares como a tecelagem, compreender a casa rural, descobrir usos e costumes das gerações que nos precedem, assimilar conhecimentos que não vêem nos livros…

Neste espaço arquitectonicamente remodelado mas com o olhar fitado nas raízes da construção encontramos inúmeros objectos que nos remetem para um passado longínquo que queremos ter presente na representação do futuro. Por isto, e pela necessidade que temos em deixar marcas na sociedade nasceu esta obra!

Esperamos que todos que o visitem sintam a vontade de colaborar e ajudar no seu enriquecimento quer em termos de espólio, quer em termos de experiências vividas.

Livro de Visitas

 

Nome do visitante
07 Jul 2011
 

Nome deste visitante
29 Jun 2011

Nome deste visitante
25 Jun 2011

Nome do primeiro visitante
22 Jun 2011

 

Notícias

Mostra do Barro Negro de Gondar, 30-31 de Maio
O Museu Rural do Marão em colaboração com a Casa do Oleiro vai levar a cabo nos próximos dias 30 e 31 de Maio de 2009, uma Mostra do Barro Negro de Gondar, contando com a presença do único oleiro activo desta freguesia, César Teixeira.
Com esta actividade pretende-se mostrar as várias fases da confecção do Barro Negro, bem como os visitantes podem experimentar o uso da confecção do Barro e criarem as suas próprias peças.
Esta Mostra iniciar-se-á das 10h às 13h (manhã) das 14h às 18h30 (tarde) e terá lugar no Museu Rural do Marão, situado na Casa de Vila Seca - Gondar, Amarante.
Os visitantes interessados podem adquirir várias peças do artesão.
Entrada Gratuita.

   
 

 

   

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